sexta-feira, 4 de julho de 2014

Uma estimulante realidade

Antes de qualquer outra coisa, gostaria de agradecer a todos que estão curtindo a página do facebook, comentando, compartilhando, convidando amigos. Tudo o que eu posto aqui está lá também. Eu não esperava um resultado como o que vi, muito menos no curto espaço de tempo em que aconteceu. Realmente fiquei muito feliz e peço que continuem divulgando.
Entrando no assunto que queria trazer hoje, estou muito curioso, a longo prazo, no resultado dessa intrigante experiência que é escrever uma obra tendo a possibilidade de dialogar com meus (espero) futuros leitores. Saber que todas as dúvidas, indagações e opiniões de todos vocês estão ao alcance de um texto no facebook ou num blog é quase sedutor, pois ao mesmo tempo em que desejo apresentar-lhes minha concepção de arte escrita tenho aquela ansiedade tão humana de conhecer as vontades e impressões de todos vocês. E é um pouco desta ansiedade que pretendo deixar transparecer hoje.
Tenho preparado um texto que caminha na tênue linha entre o narrador onipresente e o ponto de vista ativo e específico dos personagens, com suas personalidades e opiniões, e para tanto o texto está sendo escrito sem demarcação de falas dos personagens, deixando uma incógnita narrativa que não especifica se o personagem teve realmente voz ativa no texto ou se foi interpretado pelo narrador. Colocando aqui o início do quarto capítulo do livro, pergunto apenas o seguinte: está confuso, tornando a leitura cansativa, ou consegui encontrar o ponto em que a estilística literária em nada atrapalha o prazer do leitor?
Segue o trecho do livro:

"Ora, Kenwood, você é realmente incorrigível! Dizia Arthur Coyle a seu estimado amigo. Thatcher, que escutara toda a história sobre o infeliz garoto dos jornais, sentiu a indignação a lhe ferver o sangue. Era, porém, por demais racional para abandonar os bons modos. Afinal, jamais poderia julgar alguém se não fosse capaz, antes, de censurar a si mesmo e aos próprios instintos. Com o seu melhor sorriso e um cálice de bom vinho português na mão, se atirou à conversa com a descontração que apenas alguém crescido em tal meio poderia ter. Kenwood, você se vangloria pelo que fez ao garoto, mas nunca o vi vangloriar-se por fazer algo "por" alguém e não "para" alguém. O homem pareceu ficar sem palavras por um instante, e então desatou a rir! E por quê eu faria algo por alguém, garoto? Quem, algum dia, fez algo por mim?"

IMAGEM: aquarela de John Parry, A London street scene (1835)

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